Custou caro ao Machado FC trazer o título de Campeão Sul Mineiro 2010 para casa. Custou muita dedicação, muita paciência, muita luta, muita fibra, suor, disciplina... Mas um time bem estruturado, onde os jogadores se dedicam diariamente aos treinos, onde os pais comparecem e apóiam, onde há emoção, vontade de jogar e, sobretudo, um bom futebol, soube bem como pagar o preço para trazer o caneco: o Machado Futebol Clube superou o adversário, que vinha com 100% de aproveitamento, superou a desastrosa arbitragem, que beneficiou demais os adversários e pôde, depois do tempo regulamentar e da prorrogação, soltar o grito: ÉÉÉ CAMPEEÃÃÃOOO...
Nem tudo foram flores na tarde ensolarada de ontem, no Estádio Rubro Negro. O SindUfla começou o jogo a todo vapor, tentando intimidar os machadenses e matar o confronto logo no início. Escalado pelo técnico Lúcio, o Machado FC foi a campo com: Kadu; Gustavo, Breno, Mendes Júnior e Guilherme; Lekinho, Fernando, João Gabriel e Diego; Neto e Luiz Felipe.
E foi o time adversário que abriu o placar, logo no início, em jogada aérea. No primeiro tempo, o juiz deixou de marcar ao menos 4 faltas próximas a área para o Machado FC, o que irritou bastante a comissão técnica e dirigentes machadenses. Mas, com o intervalo, o técnico Lúcio deu uma chacoalhada em sua equipe. Mostrou que era preciso superar as adversidades e que o time sairia de lá com a vitória.
Lucas Neves (Fernando) e Pelé (Neto) foram para o confronto. E o Machado FC voltou com outra mentalidade do vestiário. Tranquilo, consciente de sua qualidade, passou a tocar a bola e a colocar o adversário na roda. Mas as chances reais de gol não apareciam. Zé Luís também substituiu Guilherme, na sequência. E a chance de gol apareceu, a três minutos do fim. De craque para craque, João Gabriel deu passe milimétrico para Luiz Felipe, que, com a frieza e categoria de um grande jogador, tocou no contrapé do goleiro.
Explodiraaam de emoção pais, torcedores e machadenses que compareceram para prestigiar. Antes do apito final, o Machado FC ainda teve três chances incríveis, que pararam nas mãos do goleiro adversário. Talvez porque o destino quisesse reservar para a prorrogação a pintura de gol que marcaria a virada do Machado FC.
No início do tempo suplementar, Emanuel Crash, que substituiu Gustavo, driblou um, driblou dois, driblou três, driblou quatro, fechou a fila e CHUTE: no ânguloooooo... GOLAAAAÇO no Estádio Rubro Negro.
A final não estava definida. Dois lances capitais ainda tinham que acontecer, à tarde. Primeiro, o goleiro Kadu defendeu a vantagem machadense ao fazer um milagre e espalmar uma cabeceada que tinha rumo certo. Mas não foi uma defesa comum não: foi uma DEFESAAAÇA...
E, no final, o zagueiro Mendes Júnior deu números finais ao confronto, com muita categoria: em cobrança de falta, o atleta soltou uma bomba, indefensável: festaa e os primeiros gritos de "É Campeão". Quando o apito final soou, a emoção foi geral no gramado: comissão técnica, atletas, pais de atletas, muita gente caiu no choro. A comemoração foi geral.
A Família Machado FC ainda conquistou outros prêmios: o atacante Luiz Felipe, com 14 gols, foi o artilheiro. E, ao levantar a grande taça, às 15h30, estava coroada a construção de um grande time.
Em Machado, os atletas foram recebidos na entrada da cidade, pularam para duas camionetas e, sob o som de muitos foguetes, desfilaram em carreata pela cidade. Ao fim, foram premiados pela Prefeitura (através do prefeito Roberto Abobrinha, do secretário Carlinhos e do diretor Binho) com um jantar entre jogadores e familiares no Totti.
Parabéns, Família Machado FC.
Dois mil e dez será, de fato, inesquecível para o futebol machadense. Ano que o Recreativo, sob o nome de Machado FC, venceu o Campeonato Sul Mineiro mais difícil da história, enfrentando inúmeras adversidades e batendo, na decisão, um adversário que ostentava, até então, 100% de aproveitamento em sua campanha.
